Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Ferido, primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros desembarca no Galeão | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Morador de Nilópolis, pai de dois adolescentes, o primeiro-sargento da Marinha Roberto Lopes do Santos, 45 anos, foi um dos mortos no incidente. Ele morreu tentando evitar que o fogo se alastrasse e atingisse os tanques de óleo usados no gerador de energia, o que poderia causar uma grande explosão e colocar em risco as vidas das cerca de 47 pessoas que estavam na base.
As outras vítimas do desastre foram o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo, da Bahia, que morreu, e o primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros, carioca, que sofreu queimaduras nos braços e na mão. Eles também tentaram apagar o fogo. Com as mãos enfaixadas, Luciano foi colocado em uma cadeira de rodas e encaminhado a uma ambulância, para ser levado ao Hospital Naval Marcílio Dias.
Pesquisadora Pâmela é abraçada por familiar na chegada ao Rio | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
Pesquisadora Pâmela é abraçada por familiar na chegada ao Rio | Foto: Osvaldo Praddo / Agência O Dia
No momento do desembarque no Galeão, no rosto da maioria transparecia o cansaço. Um dos passageiros chegou a levantar as mãos ao céu, como se agradecesse por ter chegado bem ao Brasil. A pesquisadora Terezinha Absher, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ainda estava assustada ao falar com a imprensa.
“Eu estou assim, porque foi realmente assustador tudo aquilo. Nós ficamos do lado de fora, vendo a estação pegar fogo. Eu nem vou falar muito porque ainda estou emocionada. Foi traumatizante porque, há 20 anos, eu trabalho na Antártica, passo muitos meses lá. Era como se fosse minha casa pegando fogo. A estação é de todos os brasileiros, mas eu me sentia como se fosse a minha casa. Perdi tudo. Todo o meu material de pesquisa e todos os objetos particulares. Não sei se voltaria para lá”, disse Terezinha, que trabalha com invertebrados marinhos.
Jasson Mariano, servidor civil da Marinha na manutenção da base, conta que ajudou a tentar apagar o incêndio na casa de máquinas. “Fomos acordados pelo nosso superior, nos chamando apavorado, dizendo que estava pegando fogo na base. Nós saímos com o uniforme de trabalho e fomos apoiar o grupo-base para tentar combater o fogo. Tentamos esticar a mangueira para pegar água do mar com as bombas, mas o incêndio se propagou muito rápido. A luta foi grande, mas não conseguimos”, relatou ele, que estava desde novembro na estação e retornaria ao Brasil no fim de março.
Roberto, de 45 anos, se aposentaria em fevereiro de 2013 após três missões | Foto: Reprodução
Roberto, de 45 anos, se aposentaria em fevereiro de 2013 após três missões | Foto: Reprodução
Também servidor da Marinha, Marcos da Conceição, demonstrava muito cansaço. “A família sempre vinha na minha cabeça. Na cabeça de todos nós. Estou muito cansado. Está até difícil falar com vocês agora”, disse.
"A minha presença aqui representa o governo, para mostrar o orgulho que temos desses cientistas e a importância deste progrma científico para nós. Eu tive a oportunidade de estar lá há um mês e vi de perto o empenho de todos e a seriedade do projeto. A presidenta Dilma disse, em nota oficial, que a ordem é começar a reconstrução o mais rápido possível", disse o ministro da Defesa, Celso Amorim.
O comandante da Marinha Júlio Soares de Moura Neto anunciou a construção de uma nova estação, que deverá ficar pronta no próximo verão. "A estação faria 30 anos. A nova terá tecnologia mais moderna. No próximo verão, a nova estação já deve estar funcionando." De acordo com o comandante, um avião da FAB vai trazer os corpos do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o do primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos nesta terça-feira. 
Com informações da Agência Brasil