domingo, 30 de dezembro de 2012

Jovem grávida morre e família faz denúncia de negligência médica

Feto de oito meses teria ficado cerca de cinco dias morto na barriga

Mauro de Souza

Feto de oito meses teria ficado cerca de cinco dias morto na barriga

 Uma jovem grávida de oito meses faleceu no início da madrugada desta sexta-feira (28/12), por volta das 00h20, após ficar cerca de 10 dias internada no Hospital dos Plantadores de Cana (HPC), em Campos. De acordo com a mãe da gestante, Josinete Matos de Souza, de 42 anos, o feto teria morrido no último domingo (23/12) e não foi retirado da barriga da filha.
Segundo Josinete, Francinete de Souza Peixoto, de 20 anos, passou mal no domingo (16/12), sendo atendida primeiramente no Posto de Urgência (PU), em Guarus e encaminhada em seguida para o HPC.
“Eles deram uma injeção nela e a liberaram para casa. Mas minha filha continuou com a dor embaixo da barriga e febre e retornou para o hospital às 20h. Na terça (16/12), ela ficou na enfermaria e depois de um exame, disseram que estava com infecção urinária. Na quarta (17/12), ela estava com falta de ar e depois de um exame de raio X, eles a levaram para o Unidade de Tratamento Intensivo (UTI)”, disse a mãe chorando e muito abalada com o fato.
A prima da vítima, Jane de Matos Gomes, revelou que antes de ir para a UTI, Fracinete teria ficado na sala de pré-parto e chegou a fazer exames de toque. 
“Ela ficou quase uma semana na UTI e depois que o feto morreu , eles disseram tinha que esperar 24h para o corpo dela expulsar. Acho isso uma discriminação, porque se tivéssemos dinheiro para fazer uma cesariana, a criança poderia estar salva e perfeita”, afirmou Jane, completando que todo o enxoval já estava pronto a espera da menina Mike Kelly.
A mãe, Josinete disse ainda que o feto teria ficado cerca de cinco dias morto dentro da barriga da filha que faleceu na madrugada desta sexta (28/12).
“Minha filha morreu às 00h20 e só às 11h me ligaram e disseram para trazer os documentos dela e que Deus me abençoasse. Ela entrou lá andando e conversando comigo. Eu queria minha filha de volta”, completou em lágrimas.
No atestado de óbito expedido pelo hospital, consta como causas da morte da vítima, colapso circulatório, sepsemia, síndrome desconforto respiratório e aborto espontâneo.
O diretor clínico do Hospital, Fernando Azevedo, comentou o caso com base no relato dos médicos que atenderam a paciente, já que o prontuário se encontra na administração que está em recesso por causa do feriado de Ano Novo.
 “Ela foi internada no hospital no domingo (16/12) e encaminhada para a maternidade com o histórico de uma febre a esclarecer. Foi internada para fazer os exames necessários e tentar identificar a causa. No princípio foi uma febre originária de uma infecção urinária, onde ela tinha uma queixa semelhante, de muita dor lombar, mas os exames mostraram que não. O que aconteceu é que ela desenvolveu um quadro respiratório grave, provavelmente origem da infecção dela. O quadro foi se agravando e ela foi encaminhada para a Unidade de Tratamento Intensivo. O quadro dela se complicou muito rápido, com insuficiência respiratória grave e precisou ser entubada.”
O médico disse ainda que quando a jovem deu entrada na unidade o bebê estava com vida e morreu quando Francinete já estava no CTI, com a situação agravada devido a insuficiência que evoluiu para infecção generalizada e após falência de múltiplos órgãos.
De acordo com Jane, a família registrou o boletim de ocorrência na 134ª Delegacia Legal (Centro) e irá aguardar o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para depois tomar as providências necessárias.
O corpo de Francinete será sepultado no cemitério de Travessão.

Ururau

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