quinta-feira, 30 de abril de 2015

"A morte foi por dengue hemorrágica", afirma infectologista


A médica do Dr. Beda, Andreya Moreira confirmou a causa da morte de Simone Calixto 
 
Nesta quarta-feira (29), a médica infectologista do Hospital Geral Dr. Beda, Andreya Moreira confirmou a causa da morte de Simone Calixto Soares Pereiera, de 42 anos. O laudo da paciente indica hepatite medicamentosa, que evoluiu para uma hepatite fulminante. Os testes do material colhido apontaram positivos para dengue hemorrágica. A moradora do bairro Novo Jockey foi atendida três vezes nos últimos seis dias e na madrugada desta terça-feira (28) deu entrada no Beda por volta das 2h. Às 5h, a paciente foi levada para a Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas morreu quatro horas depois. Ela trabalhava no almoxarifado da unidade de saúde. 

“Nas duas primeiras consultas no ambulatório, Simone foi atendida e diagnosticada com enfermidade viral, estando apta a voltar para casa. No dia 26, ainda indisposta, retornou à unidade de saúde e em razão do quadro debilitado durante exame clínico, o profissional optou pela internação da paciente. A partir daí, análises laboratoriais comprovaram a elevação das taxas do fígado”, afirmou a infectologista. 

A médica ainda informou que, o prontuário da paciente acusava o relato de dor na coluna e abdominal. Sendo esta última provocada por um mioma, que já estaria sendo tratado por outro profissional.

“Ela poderia estar fazendo uso de anti inflamatórios e até do medicamento Paracetamol para amenizar as dores das outras duas enfermidades. A interação medicamentosa com o vírus da dengue resultou na hepatite fulminante. Este não é um caso comum em pacientes com dengue. Existe a hepatite pelo vírus, mas não foi o caso da Simone, provavelmente pelo uso abusivo do Paracetamol”, disse Andreya.

A infectologista ressaltou ainda que existe um exame – NS1 – que pode ser feito no primeiro dia dos sintomas da dengue, mas pode não apontar o diagnóstico correto. “A sorologia deve ser pedida entre o sexto e oitavo dia após os primeiros sintomas. Não adianta fazer antes porque pode acusar negativo e ainda assim o paciente estar com dengue. A automedicação é perigosa. Existem medicamentos que não devem ser combinados. Em casos de suspeita de dengue então, menos ainda”. 

Em nota, o Hospital Geral Dr. Beda informou que respeita o luto da família e se solidariza com ela. “Simone Calixto Soares Pereira sofria de problemas de saúde que a obrigavam a fazer uso continuado do medicamento Paracetamol. Ao contrair dengue – enfermidade que não combina com a administração deste medicamento – teve o quadro de saúde potencialmente agravado. Mesmo com a suspensão do Paracetamol - logo que a dengue foi constatada - o organismo de Simone não foi capaz de reagir, uma vez que vinha de um histórico de grandes dosagens”. A nota finaliza destacando o momento de perda e de tristeza para todos da unidade de saúde privada. 
 
Terceira Via/Show Francisco



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